quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Os empreendedores



Normalmente vestem fato, mas uma mulher olha logo para os sapatos... Há de haver algo de errado nos sapatos! Pode não haver. Mas não custa muito adivinhar. Se o empreendedor leva gel no cabelo, cortado curto, bem se vê que vai empreender com o dinheiro de quem o tem para gastar. Tem vistas largas e dá largas a engenhos de trafulha que engana todo o burro que manda. Deve ser porque são todos homens, esses gajos que mandam no dinheiro.
O empreendedor segue, inexoravelmente, o seu destino. Tem tanta confiança, tanto prumo, que nada se lhe entorta e tudo segue o rumo natural que seguem as coisas em Portugal... Não sei para que existe este país, salvo porque a pátria tem esta língua. E de que nos serve isso? 
Sim, eu conheço o empreendedor. Já esteve aqui...
Custa-me vê-lo, sempre com aquilo que parece o mesmo fato, o mesmo gel colado num quase não cabelo, seguir o rumo da vitória de tudo quanto é burlão neste país, ou neste planeta. Já não sei.
Lá andava ele, atrás dos altos dignitários da Fundação EDP. Sim, toda a gente paga luz, toda gente gasta luz, toda gente precisa de luz.
Nunca ninguém se importa de verificar o historial. Já sei a história. Chega lá com o seu ar de empreendedor, o seu rico potencial de curto pénis (parece), e pronto. Os outros homens gostam de ver o entusiasmo em outros curtos pénis... 
Dinheiro leva sempre para ele e a gaja alta que anda com ele. Uma ou outra, são é todas altas, dos saltos, ou sei lá... Sinto nojo e não posso vomitar, nem fugir, mudar de país, de planeta... não sei nada, não posso nada, eu não sou empreender, eu não acredito em nada.
Tudo existe, mas podia não existir nada. Era melhor do que isto. Se querem saber, pelo menos posso dizer: se eu fosse a vocês metia o empreenderismo no olho maior.

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