quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Tenham medo



Tenham medo, tenham muito medo… Se ainda têm algo a perder, um resto de dignidade (dignidade, que raio é isso? Ideal de patetinhas? Todo o ideal é de tolos… As sociedades justas e solidárias são como os Centros de Atendimento a Toxicodependentes. Querem o Paraíso, doses diárias do “preconceito felicidade”? É uma ideia para fracos. Mas podemos controlar a adição para que o terror não alastre como uma peste na Idade Média, ou da pedra, ou do ferro), tenham mas é medo, muito medo… Eles vão reparar que vocês reparam que eles são chimpanzés quando caminham alegremente na vossa direcção. Eles vão ler na vossa cara o desprezo e não vão gostar. Vão congregar esforços para vos deixar sem emprego. Já perdestes o emprego, mas ainda tendes casa, família e ligação à Internet?  Então continuai a ter medo. O macaco dominante pode tirar-vos tudo. E para quê mostrar o vosso nojo perante as carcelas escancaradas? Por que motivo o louco se debate quando lhe estão a enfiar a camisa-de-forças? Não vale a pena. Nada vale a pena. Fazei silêncio e sorride muito. Tendes que ser positivos, optimistas… lutar pelos vossos sonhos… que eles, os sonhos, pelas tardes da eternidade hão-de tornar-se verdade só por sonhardes. Acredita em ti, ama-te muito e quando criticares que seja para a construção! Aplausos e gritos de júbilo – eis o último macaco, o macaco feliz, bem engendrado pela criação divina, politicamente tão correcto que não tem opinião política ou faz parte de uma J. “Que a tua critica seja construtiva!” Toda a gente tem algo a perder, até pode ser só a vida que deus, ou a puta que o pariu, lhe deu. Dá igual, um deus ou uma puta… arrastar-nos-emos como símios-vermes pela lama para salvar o “indivíduo”, o gajo, ou a gaja, que há em nós, europeusitos do fim dos tempos.

1 comentário:

  1. Querida A.,
    Compreendo a revolta, os tempos não o são para menos. Mas essa é a Verdade: os chimpanzés topam-nos (ainda sou do tempo da série do Planeta dos Macacos) e, pior, continuam a alimentar a bufaria. Não digo que se não grite, proteste, esperneie, denuncie... O que digo é que no submundo para onde nos relegaram, temos que ser mais inteligentes do que eles. Movimentar-nos pelos túneis de A Bela e o Monstro... (e o "monstro" não é o Vicent, coitado, pois todos sabemos, hoje, quem é o verdadeiro monstro). Bata nos tubos dos esgotos para comunicar. Todos ouviremos e estaremos lá, algures! para atacar, se fôr preciso. Denunciar, se fôr preciso. Mas (sobre)viver, porque é preciso.
    Covarde não sou, minha querida, mas olhe que já vi tanto herói morto... E porque a Dignidade e Honra morreram, ninguém hoje está para valorizar os heróis mortos... Quando muito, um... "coitado(a), tinha razão, mas foi longe de mais, piou de mais, pelo que..."
    Não proclamo isso de ideal de "vidinha", com ligação à net e tudo, a qualquer preço, engolindo todos os sapos. Mas, como o sabiam os teóricos (e práticos) da luta de guerrilha (inspirados em Sun Tsu), quando o inimigo avança, nós retiramos... e às vezes é preciso recuar um passo para avançar dois... E o camuflado foi inventado para se tirar partido do terreno e nos confundirmos nele, sem sermos detectados.
    Com o maior apreço,
    Che.

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